domingo, 30 de setembro de 2012

João Rosa de Castro - Adeuses

O NÔMADE

Rédea para o desejo de setembro.
Lança para o monstro que entorpece.
Caos para essa reza que entedia.
Reza para outro caos que se anuncia.

deus@solo.com

agosto será sempre um mau augúrio.
É assim que o céu acaba se insurgindo
Contra as notícias que o diário encomenda.
A vida se repete tão intensa:
Não há quem não decore a ladainha.

Pedir licença para chegar aonde
Te esperam com horário e algemas.

Rasga o chão com a força que há no âmago
Para florescer e não morrer - raiz…

domingo, 23 de setembro de 2012

João Rosa de Castro - Adeuses

URBANAMENTE

Não há que ventar no laboratório urbano
Nem é preciso que nas casas haja janelas,
Porque na corrida contra o tempo
As paisagens não são notadas.
Observa-se apenas o espaço em que se cabe.
O chão em que se pisa,
O vão por que se passa.

Não hão de florir as árvores na primavera.
Nossas narinas se atêm aos aromas do metal.
Tudo é um painel repleto de botões.
Laser e sensores e telas e twitters,
Fazendo amor com a gente de muitas maneiras.

Não precisa mais ouvir ninguém cantar.
Grava. Salva. Sintetiza. Masteriza. Mixa. E amanhece,
Bebendo um drinque colorido
E acariciando a pele, o peito que se oculta na penumbra.

Não precisa mais sair para ver o mar,
Pois o aquário tecnicolor, ruidoso,
As ondas do rádio,
Os biquínis da tela,
A nudez do outdoor
Nos encantam,
Nos guiam
E nos fazem adormecer.

Não precisa mais ouvir ninguém cantar.
Grava. Salva. Sintetiza. Masteriza. Mixa. E amanhece,
Bebendo um drinque colorido
E acariciando a pele, o peito que se oculta na penumbra. Na penumbra!

domingo, 16 de setembro de 2012

João Rosa de Castro - Adeuses

NA FILA

Áspera e pura,
Muro de arrimo,
Pentagrama pálido.
Eu hei de me encontrar.

Uma morte simples e esperada
Na memória de quem deixou de me amar.
Alguém que mora em Netuno,
De repente, se acha numa praça paulistana
E quer aprender a ler os jornais
Como um qualquer.

Tanto silêncio ao meu redor
E eu sem poder dizer
Porque a minha voz explode,
Porque minha arrogância sobe
No cume das outras cabeças.

Eu sempre vou desviar o meu olhar do seu!

domingo, 9 de setembro de 2012

João Rosa de Castro - Adeuses

VENENO

Aproveita o silêncio desta casa
Para pensar um pensamento puro.
Embora cada palavra jamais toque o leste,
Chega a uma distância incomensurável.

Oculte a tensão que consumiu suas horas.
Ondas sonoras dessa tarde fácil
Alimentaram a alma que em você habita.

Lá vai o pombo que anuncia a chegada.
Lá vai a bruxa, levando um fio.
Lá vai o macho tentar uma intriga.
Lá vai o medo no peito oprimido.

Aproveita a infância que às vezes surge
Porque a realidade nua e crua é só caos!

João Rosa de Castro - Adeuses

VENENO

Aproveita o silêncio desta casa
Para pensar um pensamento puro.
Embora cada palavra jamais toque o leste,
Chega a uma distância incomensurável.

Oculte a tensão que consumiu suas horas.
Ondas sonoras dessa tarde fácil
Alimentaram a alma que em você habita.

Lá vai o pombo que anuncia a chegada.
Lá vai a bruxa, levando um fio.
Lá vai o macho tentar uma intriga.
Lá vai o medo no peito oprimido.

Aproveita a infância que às vezes surge
Porque a realidade nua e crua é só caos!

domingo, 2 de setembro de 2012

João Rosa de Castro - Adeuses

ALGARISMOS ROMANOS

Nuvens cintilantes
Pairam sobre o desatino
Para que não se veja
O quanto se esqueceu.

A dose exata
Sempre será impossível.
A menos que alguém dite.
A menos que telefonem
Numa hora perdida, qualquer.

Render-se,
Sucumbir ao singelo caminhar entre os estranhos
É uma forma eterna de aceitar a vida.

Quanto mais se aproxima da certeza,
Mais distante do prazer que dá e passa.

Um corpo desenhado na memória.
Um rosto que insiste em ser tocado.
A praça numa tarde em seu silêncio.
O mundo vai continuar o mundo.

Esse espelho não pode se negar a refletir!

João Rosa de Castro - Despedida - Encerramento do Blogue Lume d'Arena

Prezado leitor. É com imensa satisfação que venho expressar minha gratidão a todos que visitaram, leram, compartilharam e acompanharam o L...