domingo, 29 de setembro de 2013

domingo, 22 de setembro de 2013

João Rosa de Castro - Alma Nua

SEM MEMÓRIA

Um poema impresso na mão,
Um poema diluído na água,
Um poema de um verso só,
Um poema que me livre do desespero
Lido na noite em silêncio.

Entre os meus olhos e as letras
Espalha-se o mundo, infinito mundo
De mistérios e certezas.

Nietzsche morreu - antes de ser O Deus do Mundo.
Mas que importa se é um deus no meu quarto?

Perdão, leitor:
A verborragia é a única linguagem que resta
A um sujeito desmemoriado
Que acorda no meio da noite.

domingo, 15 de setembro de 2013

João Rosa de Castro - Alma Nua

A QUEDA

Tudo lembra tudo,
Mas tudo há que ser esquecido.
É bom reviver, renascer, reconstruir
O que foi destruído
E o que foi desconstruído.
O grande júbilo
Espalhado pelo chão
Em mil e um pedaços
Para que os braços
E as mãos e tudo mais no corpo
Possam juntá-los
Num monumento novo,
Tornando-os, assim, uma alegre alegria,

Uma alegria alegre.

domingo, 8 de setembro de 2013

João Rosa de Castro - Alma Nua

BJÖRK

Você sim, darling, me acalanta como uma das formas da paz. Sua voz jovial, com os sons humanos, demasiado humanos. Você me faz acreditar em futuro e beleza sem dilema, com sua coragem e desprezo pelas erupções vulcânicas; o vigor e a energia tão coloridos das suas dionisíacas viagens. Me faz sentir selvagem, primitivo, pré-historicamente livre, como se o mundo e o terror e a náusea fossem só um simulacro – mas o espírito abundante que pulsa, com a parafernália por trás do seu som, permanece intenso, de uma nobreza jamais corrompida em nenhuma revolução. Sinto girar o mundo ouvindo sua música, numa dança extraordinariamente irrestrita. Que bom que você está aqui. Sinto o seu perfume exalando pelos espaços do meu quarto e proliferando na atmosfera, depois da janela, como um sinal,  para o mundo e os olhos da verdade, de como me sinto feliz, como nunca, em quase três décadas de espera. Ridículo ficar te adulando assim, como se quisesse me igualar! Longe disso. Você é única e eu posso dizer que foi minha boa companhia na mais profunda solidão. Tropical kisses in the heart.

domingo, 1 de setembro de 2013

João Rosa de Castro - Alma Nua

DESEJO PERIFÉRICO
                            
Moço molhado para almas secas,
Gosto de como você chuta a bola
E de como contempla a aurora.
Suspiro ao ver-te em metálica armadura
E depois em pêlos – bermuda.
Moço da periferia distante
Tão perto do mais puro amor.
Nobre, anseia por algo esquecido
E ri a risada – langor.
Ah se eu pudesse deitar-te só meu.
Roçar-me ao teu peito tão seu.
Ah se entre beijos, salivas e suores,
Tivéssemos que esconder
Do mundo o desejo latente, contente.
Seríamos só você e eu.

João Rosa de Castro - Despedida - Encerramento do Blogue Lume d'Arena

Prezado leitor. É com imensa satisfação que venho expressar minha gratidão a todos que visitaram, leram, compartilharam e acompanharam o L...